segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Resumo capítulo 3 - Thinking in Systems


Por quê sistemas trabalham tão bem

Foi mostrado no capítulo 2 sistemas simples que tinham seu comportamento baseado em estruturas. Foi visto sistemas de termostato para manter a temperatura controlada de uma sala, um sistema de extração de petróleo (não renovável) e um sistema econômico da atividade pesqueira (renovável).

Quando sistemas trabalham bem, é possível ver um tipo de harmonia em suas funções. Considere um caso onde uma comunidade é atingida por uma tempestade. Pessoas trabalham longas horas para ajudar vítimas, surgem talentos e habilidades; uma vez que a emergência termina, a vida retorna ao “normal”.

Porquê sistemas trabalham tão bem? Considere as propriedades de um sistema altamente funcional que são familiares a você. Há boas chances que você observou uma das três características: resiliência, auto-organização ou hierarquia.

Resiliência
Resiliência tem muitas definições, dependendo do ramo da engenharia, ecologia, etc. Para o nosso propósito, considera-se o seguinte significado: “a habilidade de voltar a posição após ser pressionada ou esticada. Elasticidade. A capacidade de recuperar força, espírito, bom humor ou quaisquer outros aspectos rapidamente”. Resiliência é uma medida da capacidade de um sistema para sobreviver e persistir em um ambiente variável. O oposto de resiliência é fragilidade ou rigidez.

Resiliência surge de uma estrutura rica e com muitos loops de realimentação que podem trabalhar de diferentes formas para restaurar um sistema mesmo após grandes perturbações. Um simples loop de equilíbrio traz um sistema para um estado desejado. Resiliência é obtida por vários destes loops, operando através de diferentes mecanismos, em diferentes escalas de tempo, e com redundância.

Importante ressaltar que resiliência não é o mesmo de ser estático ou constante ao longo do tempo. Sistemas resilientes podem ser muito dinâmicos. Oscilações de curta duração ou outros eventos podem ocorrer, mas a resiliência age para restaurar.

E, inversamente, sistemas que são constantes ao longo do tempo pode ser não resilientes. Esta distinção entre estabilidade estática e resiliência é importante. Estabilidade estática é algo que você pode ver; é medido pela variação na condição de um sistema semana a semana ou ano a ano. Resiliência é algo que pode ser muito difícil de ver, ao menos que você exceda seus limites, superando e danificando os loops de equilíbrio, e a estrutura do sistema se quebra. Uma vez que a resiliência pode não ser ser óbvia sem uma visão completa do sistema, as pessoas normalmente sacrificam resiliência por estabilidade, ou por produtividade, ou por alguma outra propriedade do sistema mais reconhecida de imediato.

Auto-organização
A característica mais maravilhosa de alguns sistemas complexos é sua habilidade de aprender, diversificar e evoluir. É a capacidade de um único óvulo fertilizado de gerar, por si só, a incrível complexidade de um sapo maduro, ou uma galinha, ou uma pessoa.

Esta capacidade de um sistema de fazer sua própria estrutura mais complexa é chamada de auto-organização. Vê-se auto-organização em uma forma mais profunda sempre que uma semente brota, ou um bebê aprende a falar, ou uma vizinhança decide se reunir para se opor a um depósito de lixo tóxico.

Como a resiliência, a auto-organização é geralmente sacrificada pelo propósito de curto prazo de produtividade e estabilidade. Produtividade e estabilidade são as desculpas usuais para tornar seres humanos criativos em acessórios mecânicos para processo de produção.

Auto organização produz heterogeneidade e imprevisibilidade. É provável que surja com estruturas totalmente novas, com novas formas de fazer as coisas. Requer liberdade e experimentação, e uma certa dose de desordem. Estas condições que encorajam a auto-organização geralmente podem ser assustadoras para os indivíduos e ameaçam as estruturas de poder. Como uma consequência, sistemas educacionais podem restringir o poder criativo das crianças ao invés de estimulá-los

A ciência agora conhece que sistemas com auto-organização podem surgir de regras simples. Ciência, por si só um sistema auto-organizado, gosta de pensar que toda a complexidade do mundo deve surgir, em última análise, de regras simples. Se isto na verdade acontece, é algo que a ciência ainda não conhece.

Hierarquia
No processo de criação de novas estruturas e aumento de complexidade, uma coisa que a auto-organização de um sistema geralmente cria é hierarquia.

O mundo, ou pelo menos parte dele que os humanos pensam entender, estão organizados em subsistemas agregados em subsistemas maiores, agregados em subsistemas ainda maiores. Este arranjo de sistemas e subsistemas é chamado de hierarquia.

Hierarquias são invenções brilhantes dos sistemas, não somente porque elas dão estabilidade e resiliência, mas também porque elas reduzem a quantidade total de informações que qualquer parte dos sistemas precisam acompanhar.

Se um membro de um time está mais interessado em sua glória pessoal do que em uma equipe vencedora, ele ou ela pode causar a derrota do time. Se uma célula do corpo se liberta de sua função hierárquica e começa a se multiplicar descontroladamente, nós a chamamos de câncer.

Quando o objetivo de um sistema domina as custas dos objetivos totais do sistema, o comportamento resultante é chamado de sub-otimização.

Tão prejudicial como a sub-otimização, é claro, é o problema de muito controle centralizado. Se o cérebro controlasse cada célula tão fortemente que a célula não pudesse desempenhar suas funções de auto manutenção, o organismo toda poderia morrer.

Para ser um sistema altamente funcional, a hierarquia deve equilibrar o bem estar, as liberdades, e a responsabilidades dos subsistemas e do sistema total – deve haver um controle central suficiente para atingir a coordenação na direção do objetivo do sistema maior, e autonomia suficiente para manter todos os sub sistema florescendo, funcionando e auto-organizados.
 
Resiliência, auto-organização e hierarquia são três das razões que sistemas dinâmicos podem trabalhar tão bem. Promovendo e gerenciando estar propriedades de um sistema pode melhorar sua capacidade de funcionar bem a longo prazo – ser sustentável.

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